Caros amigos,
Há dias estava intrigada com um comercial que está sendo exibido
pela Rede Globo... o danado tem uma trilha sonora muito bonita, em
inglês, e ouve-se também o som do vento, mas nenhuma palavra sequer é
dita. Perguntei ao meu pai se ele já havia visto o mesmo para me contar
do que se tratava.
Ele ainda não havia visto... mas passou a prestar atenção a partir
de então. Ontem ele viu o comercial junto comigo e, para minha
surpresa, não é que o comercial é uma campanha em defesa do respeito aos
deficientes visuais?!
Meu pai me narrou que um senhor, usando chapéu e bengala, senta-se
no banco de uma praça serenamente. O vento, então, leva seu chapéu...
que cai bem ao seu lado, na praça. O senhor continua sentado
serenamente. Várias pessoas, quando passam por ele, colocam dinheiro em
seu chapéu ao chão sem que, aparentemente, ele nem mesmo perceba. Daí a
pouco vem um garotinho... ele pega o dinheiro do chapéu e deixa aquela
sensação de que vai dar no pé com a grana.
Que nada... ele conta o dinheiro, pega o chapéu, senta-se no banco
ao lado do senhor e lhe entrega o chapéu e, abrindo sua mão, coloca o
dinheiro contadinho lá.
Em legenda, há um super mini diálogo em que o senhor diz que só
precisa de respeito e dá a grana para o menino que, é lógico, fica
extremamente feliz. Aparece ainda um pequeno slogan, mostrando que
realmente a campanha é para defender apenas que nos respeitem.
Não sei se esse comercial está sendo veiculado em cadeia
nacional... algum de vocês já o percebeu ou teve algum vidente que
comentou com vocês sobre ele?
Fiquei curiosa pois não há referência a nenhuma instituição ou
propaganda de qualquer marca. Queria saber quem está bancando essa.
A princípio achei meio idiota fazerem um comercial do nosso
interesse sem que pudéssemos ter acesso a ele... comercial sobre cegos
legendado?! Pareceu-me até gozação... mas, depois que comecei a observar
a letra da música e o som do vento... parece-me que o silêncio deve
tê-lo deixado muito poético. E, de qualquer modo, alcança sua
finalidade: conscientizar os não deficientes visuais, não é mesmo?!
Abraços.
Glenda Cordeiro Ulhôa
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